domingo, 5 de fevereiro de 2012

Rezar para chegar a Deus



Rezar não é perder tempo… “Todos Te procuram”. Há uma espécie de reprimenda nas palavras dos apóstolos. É verdade: há tantos doentes a curar, o sofrimento é um oceano inesgotável! Então, porque Se retira Jesus para um lugar deserto para rezar? Face às urgências do momento, não deveria ficar no meio dos pobres para os aliviar? Porém… As curas corporais, por mais importantes que sejam, têm apenas um tempo. Todos os miraculados de Jesus são mortos! Então Jesus quer fazer compreender que os seus milagres são sinais que apontam para outra realidade, infinitamente mais importante: a sua vitória sobre o único mal que pode verdadeiramente matar os homens, o pecado, a recusa do amor. É para isso que o seu Pai O enviou. Jesus deve, pois, alimentar-Se desta vontade do Pai, para a cumprir até ao fim. Passar tempo a rezar não é perder o seu tempo. Pelo contrário, é deixar a vontade do seu Pai invadi-l’O cada vez mais. É isso que Jesus quer fazer compreender aos discípulos de então e de hoje: é preciso que também eles se enraízem cada vez mais profundamente neste amor do Pai. Então poderemos tornar-nos testemunhas eficazes deste amor, que se transbordará, sem dúvida, no serviço muito concreto aos pobres e aos doentes, e que abrirá perspectivas sobre o nosso verdadeiro destino: a vida eterna junto do Pai.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

«Fiz-me tudo para todos»: V Domingo do T. Comum

(1 Cor 9, 16-19.22-23)
Celebramos hoje o V Domingo do tempo comum. Na primeira leitura, do livro de Job comenta, com amargura e desilusão, o facto de a sua vida estar marcada por um sofrimento atroz e de Deus parecer ausente e indiferente face ao desespero em que a sua existência decorre… Apesar disso, é a Deus que Job se dirige, pois sabe que Deus é a sua única esperança e que fora d’Ele não há possibilidade de salvação.São Marcos apresenta de uma forma concisa a actividade de Jesus. Começa na sinagoga, continua em casa de Pedro onde se aproxima, toma pela mão e levanta a sogra doente, ela que, recuperando da sua febre começa servir. Depois já são todos os que sofrem algum mal que estão à porta de Pedro, e toda a cidade ali presencia as curas de Jesus. E no meio de toda esta agitação de gente e do irromper da vida, que se faz silêncio: Jesus retira-se para um sítio isolado para rezar... Os discípulos quase o acusam: com toda a gente à tua procura, porquê "perder tempo" assim?! Mas esse é o tempo do essencial, do encontro com o Pai, o tempo que dá sentido a todo o outro tempo gasto na atenção às necessidades de cada um, de se aproximar de quem sofre, de pegar pela mão e de levantar para uma vida nova aqueles que necessitam de um sentido para a vida...
Assim viveu Jesus, alimentando no encontro com o Pai uma vida gasta na atenção às necessidades de cada um daqueles que com Ele se cruzaram pedido a cura, aí encontrou a força para se doar plenamente... Assim viveu Jesus, fazendo o bem, que não tem medo de se aproximar de quem sofre, de meter mão à obra, de levantar os caídos... Assim nos ensina a viver Jesus, com esse mesmo olhar de quem sabe que mesmo que muitas doenças continuem insanáveis, nenhuma pessoa é incurável: que podemos levar a cada um o cuidado que o próprio Jesus manifesta, Ele que vem para curar a nossa humanidade...
Por fim, a Carta de Paulo á comunidade de Corinto, fala-nos daquela que deve ser a nossa missão enquanto cristãos: evangelizar. "Anunciar o Evangelho não é para mim um título de glória, é uma obrigação que me foi imposta." Também deve ser este o nosso pensamento. Deve ser esta a minha forma de encarar a vida. "Fiz-me tudo para todos" diz São Paulo. Senhor, neste V Domingo do Tempo comum eu te peço que me ajudes a estar perto dos que sofrem, dos sem-abrigo, dos doentes, dos presos, dos fracos, dos que precisam da minha presença. Senhor Jesus eu hoje quero dizer como o grande Apóstolo: quero ser tudo para todos. Quero servir os que de mim necessitam. Quero evangelizar quem nunca ouviu falar de Ti. Quero "anunciar gratuitamente o Evangelho".