quarta-feira, 22 de maio de 2013

Um dia...

Um dia...
Um dia vou ser uma pessoa melhor.
Um dia vou ser mais forte.
Um dia não vou desistir ao primeiro obstáculo.
Um dia vou vencer o que me derruba.
Um dia vou ser mais paciente.
Um dia à luta.
Um dia... Sempre um dia e Hoje?
 Hoje dei por mim a pensar em tudo isto. Tudo na minha vida é pensado para amanhã, para um dia. Amanhã será diferente. Amanhã lutarei. Mas o amanhã passa. E eu fico na mesma. E o dia passa. E outro, e outro...E eu sempre acomodado.

Hoje tenho a certeza que está na altura de mudar. Já deveria ter sido ontem. Mas amanhã como será? Será mais um dia?
Não sei o que pensar. Esta noite sinto-me confuso. Moram na minha mente um turbilhão de ideias, um misto de sensações. Mas, infelizmente amanhã será tudo igual. Será mais um dia. Mas quero que seja diferente. Quero que seja O dia. Aquele que em que mudo alguma coisa. Em algo na minha vida seja perene e duradouro. Mas só amanhã o saberei. Até lá será mais um dia.
Mais um dia em que ando confuso.
Mais um dia em que as forças falham.
Mais um dia em que apetece deixar tudo e fugir para longe.
Será apenas mais um dia..
Mas um dia...um dia tudo mudará.

domingo, 24 de março de 2013

A semana Maior

A correr foi como passou esta Quaresma. Ainda à tão pouco tempo celebramos o nascimento e hoje já estamos a celebrar a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Tenho que partilhar que senti que este ano o tempo quaresmal passou mesmo a voar. Não é que não sentisse o espírito a que este tempo convida, mas sinto que não vivi como devia ter vivido, não dei grande parte de mim como devia ter feito.
Como já escrevi aqui, nos últimos dia tenho sentido  verdadeiramente o Amor de Jesus. Tenho a certeza que Ele está sempre ao meu lado.  Tenho tudo para estar no caminho certo, mas agora, um erro do passado teima em perseguir-me e assaltar a menta muitas vezes ao longo do dia e da noite. Confio verdadeiramente no Senhor, que Ele vai ajuda a superar este erro, mas o receio permanece. Custa-me viver com este deslize, não me sinto bem. No coração sinto um aperto, sinto a dor. A dor do pecado. Da fragilidade. Custa-me estar a viver com isto, mas tenho a certeza que com a ajuda do Senhor irei conseguir ultrapassar mais esta barreira. 
«Humilhou-Se a Si próprio;
por isso Deus O exaltou»
Mas voltando à Quaresma, que este ano voou, sinto que a vivi de forma diferente. Não tão intensa como pensei inicialmente, mas profunda. Muito ficou para fazer, para dizer, para viver. A quaresma passou. A Semana maior chegou. Ainda tenho muito para viver, para descobrir, para conhecer e para sentir. Nesta semana não quero saber de relógios, vou tentar andar o mais livre de compromissos possível. Quero viver verdadeiramente esta Semana Santa. Participar em todas as celebrações do Tríduo. Dedicar grande parte dos meus dias à oração e a Jesus. Quero viver intensamente e com o coração a semana maior. Quero sentir no meu íntimo as celebrações dos mistérios da Salvação. Quero o meu coração aberto para a escuta daquilo que Deus me tem para dizer.
 Que nestes dias de Semana Santa viva verdadeiramente com o coração. Quero reconhecer a minha condição de pecador no lava-pés, sentir a Eucaristia como centro da minha vida, sentir que foi Mim que Ele se entregou na Cruz, sentir que Ele ressuscitou, está vivo e nunca me abandona. 

quinta-feira, 14 de março de 2013

Habemus Papam


«Annuntio vobis gaudium magnum;
habemus Papam:
Eminentissimum ac Reverendissimum Dominum,
Dominum Georgium Marium
Sanctae Romanae Ecclesiae Cardinalem Bergoglio
qui sibi nomen imposuit Franciscum.»

Foi por estas palavras que aguardávamos desde o dia 11 de Fevereiro, data em que Bento XVI anunciou a sua renúncia. E o dia tão esperado chegou. Eu diria que já se espera que assistíssemos a um conclave rápido. 
O 115 cardeais eleitores celebram a missa « Pro Eligendo Romano Pontífice» na manhã de Terça feira, dia 12. A Eucaristia foi presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, D. Ângelo Sodano. Tenho que dizer que a homilia me surpreendeu. Gostei do que ouvi. Agradeceu a Deus o pontificado de Bento XVI, falou da mensagem do Amor que «impele os Pastores da Igreja a realizar a sua missão de serviço aos homens de todos os tempos», da unidade eclesial que deve unir o Povo de Deus e por último da missão do Sumo Pontífice. Terminada a Missa, os cardeais retiraram-se e pela tarde dirigiram-se em procissão para a Capela Sistina, onde  ordem de "Extra omnes" deram início ao Conclave para eleger o novo sucessor de Pedro.Ao final da tarde fumo preto saiu da Capela Sistina. 
Na manhã seguinte voltaram aos escrutínios. Após duas votações de novo fumo negro na praça de São Pedro. Mas seria durante a tarde, que a alegria e a festa se instalariam no Vaticano. Pelas 18h06 (hora de Lisboa) sairia fumo branco e os sinos tocariam festivamente, anunciando que estava escolhido o novo Bispo de Roma. A partir daqui em todo o mundo viveu-se um clima de muita ansiedade. Muitas unhas ruídas certamente. Eu não fui excepção. Não larguei a televisão. Agradeci ao Senhor por termos de novo um Pastor que certamente foi escolhido segundo os seus desígnios. Mas só passado uma hora, ás 19h12 (hora de Lisboa) é que o Cardeal Protodiácono Jean-Louis Tauran anunciou ao Povo de Deus o nome do  Papa. Aí foi a "explosão" de alegria na praça de São Pedro. Um Papa Argentino, de 76 anos, que adoptou pela primeira vez o nome papal de Francisco. 
Papa Francisco
Eleição: 13/03/13
Jorge Mario Bergoglio, jesuíta, até ontem arcebispo de Buenos Aires, foi escolhido por Deus para ser o Bispo vestido de branco. Confesso que não conhecia este cardeal. Como não estava nos mais falados, acabou por me passar despercebido. Mas a primeira impressão foi muito boa. Um ar humilde, sorridente, despreocupado de formalismos e protocolos. «os meus irmãos Cardeais foram buscar-me quase ao fim do mundo… Eis-me aqui!» foi assim que se apresentou. Pediu a nós, cristãos, para rezarmos por ele. Fez-se silêncio e o Papa Francisco inclinou-se perante o Povo orando. 
Expectativas? Estou apreensivo. Ansioso. Por um lado sinto que é uma lufada de ar fresco para a Igreja. Um Papa com vida, simples, preocupado com os que sofrem. Penso que vai apresentar uma Igreja mais activa, com algumas modificações. Tenho confiança neste novo Papa. Mas não escondo que tenho medo de algumas decisões que possa tomar, mas tenho a certeza que fará sempre a vontade do Pai. Dias difíceis se avizinham. Dificuldades. Barreiras. Problemas por resolver. Mas rezemos pelo Papa. E por enquanto vamos vivendo na alegria de: "Habemus Papam".

Habemus Papam: Francisco.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Verdadeiro Amor

Durante a tarde de hoje enquanto fazia a "revista" de imprensa online deparei-me como um título apelativo do Jornal Público: "André vai ser monge em Florença". Bem, até aqui tudo bem. Quando começo a ler apercebo-me que um jovem de Barcelos com 20 anos vai para Itália para ter uma «vida monástica», que é como quem diz, vai viver dedicando-se à oração num silêncio recolhido.
André Martins
"Mas o que leva um jovem a seguir este caminho?". Resposta simples. O André aceitou o convite de Jesus «Vem e segue-me». E experimentou verdadeiramente o amor de Deus. Deixar o país, família, a juventude, uma vida promissora? Eu sou sincero, não me vejo a fazer o mesmo, não me sinto capaz. Mas o André foi. Teve a coragem de se entregar como Cristo o fez por cada um de nós. Está a retribuir o que recebeu.
O dia em Florença vai começar cedo. Ás 4.30h iniciam as orações e meditações, terminado ás 22h. Sem dúvida um dia longo, com sacrifícios, mas com oração e silêncio a darem vida aos monges.
Não sei o que dizer. Já enviei uma mensagem de apoio e agradecimento ao André. Comprometi-me a rezar por ele. E é o que vou fazer. Agradeço a coragem, a força, a dedicação e o amor que tem a Cristo e à Igreja. Só com amor e por amor foi possível tomar esta decisão.
Entrego-te nas mãos de Deus e de Maria. Peço que caminhes sempre iluminado pela Luz que é Jesus Cristo. Mas na noite da treva, da dúvida, da dificuldade, que encontres o amor, a paz, a tranquilidade. Quero que vivas sempre com alegria, amor e fidelidade a vocação que abraças-te. Intercedo junto de Deus Pai para que venças o pecado, para que o demónio não consiga vencer sobre ti e não te faça cair.
Cristo, olha por este Teu discípulo, que não vacile na sua nova vida.

Fica aqui o link na notícia: http://p3.publico.pt/actualidade/sociedade/6941/andre-vai-ser-monge-em-florenca

quinta-feira, 7 de março de 2013

A Resposta

Um destas noites em que tinha algumas preocupações que se prendiam com o dia seguinte, decidi pegar na Bíblia e ler algumas passagens. Penso que o primeiro pensamento foi para ver se me dava sono, mas depois julgo que foi à procura de respostas que me acalmassem. Comecei em Mateus 1.
Depois de algumas páginas lidas, cheguei ao capítulo 6. Foi precisamente aí que encontrei a resposta ao que necessitava. A certa altura, Jesus fala da confiança que devemos ter na providência divina. A partir do versículo 25 Jesus faz-nos o convite de nos entregarmos com total confiança ao Pai Celeste, confiança esta que deve exprimir-se e alimentar-se na oração quotidiana. Em primeiro lugar aprendi que não me devo inquietar com a minha vida, nem com o que comer ou vestir. Mas porque me preocupo com o que comer ou beber? Jesus responde magnificamente: « Olhai as aves do céu: não semeiam, nem ceifam, nem recolhem em celeiros e o vosso Pai Celeste alimenta-as. Não valeis vós mais do que elas?» (Mt 6, 26) Mas porque me preocupar com o que vestir?  «Olhai como crescem os Lírios do campo: não trabalham nem fiam (...) se Deus veste assim a erva do campo (...) como não fará mais por vós?» (Mt 6, 28.30). Muitos me fizeram pensam estas interrogações retóricas de Jesus.
«Trazia-o nos meus braços, segurava-o com laços de Amor»
Mas foi uns versículos mais à frente que encontrei a "fórmula" para uma noite descansada:  «Não vos preocupeis, portanto com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã já terá as suas preocupações. Basta a cada dia o seu problema». (Mt 6, 34)Não me lembro de alguma vez ter escutado tal Palavra, mas sem dúvida que aprendi uma grande lição naquela que se previa uma noite de insónia. Depois de ler e meditar nesta palavra dormi tranquilamente, porque tive a certeza que as inquietações não me levariam a lado nenhum, e Jesus iria fazer o melhor por mim, como acabou por fazer no dia seguinte. 
Esta vivência foi mais um "empurrão" para a minha conversão. Mais um passo nesta caminha quaresmal. Mais uma prova do amor que Jesus me tem. Mais uma peça no "puzzle" da minha Fé. Mais uma forma de cessar as minha dúvida e sentir a alegria que é ser filho de Deus. Experimentei novamente a presença terna do Senhor, senti que Ele me trazia nos braços, cuidava de mim, segurava-me com laços humanos, com laços de amor. (Os 11,3-4).  Foi nesta noite também que percebi que Ele tem sempre a resposta.

terça-feira, 5 de março de 2013

O Homem velho

Ao longo destes dias tenho andado muito pensativo com algumas coisas que me andam a acontecer. Ou melhor, que Deus faz com que aconteça. Tenho conseguido rezar mais, estar mais atento a Jesus, visitá-lo mais vezes. São coisas boas. Ajudam-me a estar mais perto D´le. A entregar a minha vida, cada momento, cada pessoa a Jesus. Mas esta situação tem-me deixado numa maior introspecção. Mas porquê? Porque já vivi estes momentos antes. A força veio, a coragem não faltou, mas volvidos alguns dias caí. Caí como Jesus cai durante a sua via-sacra. Caio e volto a cair. Tropeço e volto a tropeçar. Levanto-me. Tenho ânimo, firmeza, mas depois tudo volta. Beijo de novo o chão. Chego ao fundo do poço. Mas o ciclo recomeça. Uma e outra vez. E o que há diferente hoje?
O Homem Novo
Hoje sinto verdadeiramente o Amor de Jesus. Tenho a certeza que Ele está sempre ao meu lado. Tenho falado com Ele como falo com o amigo. Partilho cada problema da minha vida. Cada alegria que vivo. Cada pessoa que me cruzo. Consigo experenciar como é belo ser cristão. Como é bom ter Deus como Pai. Como é importante a oração. Este é o caminho que leva a uma maior intensidade. Tenho que continuar a alimentar esta sede. Ao orar consigo estabelecer uma ótima relação com Jesus.
Será só destes dias? Espero que não. Quero que assim não seja. Gosto de estar assim, de me sentir amado. De sentir o bom amigo que é Jesus. Que não seja uma situação de dias. Que esta força tenha vindo para ficar. Que o homem novo habite em mim e consiga vencer o homem velho que impera.


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Renúncia de Bento XVI

Bento XVI
Papa de 19-04-05 a 28-02-13
Decidi que hoje iria pela primeira vez escrever sobre a renúncia do Santo Padre. Foi no passado dia 11 que Bento XVI anunciou que a partir de 28 de Fevereiro a Igreja Católica entra em "Sé vacante".  Foi com muito espanto que recebi a notícia. Não estava nada à espera que acontecesse. Claro que o espanto daquela manhã de soalheira de Segunda, rapidamente deu lugar à consciencialização e a tomada da realidade. Sim, depressa entendi o gesto  tão humilde de Joseph Ratzinger. Claro que como tudo, houve diversas opiniões, uns concordaram, outros não atenderam. Durante todo o dia,  na televisão, nos jornais, nas redes sociais este foi o tema central. Depressa surgiram os comentadores especializados (outros nem tanto) ,  padres e bispos não tiveram descanso, e, todos foram comentadores por um dia. 
Nesse mesmo dia, em conversa com um amigo ele dizia que o que o "Papa queria era protagonismo, sair pela porta grande, como não conseguiu cativar,não consegiu ser como João Paulo II,  e, assim seria sempre recordado, queria ser um marco na história da Igreja". Ouvi, meditei, fiquei calado, sem resposta. Fez-se silêncio. Apesar do silêncio entre nós, no meu interior pensava em tudo o que ele me tinha dito, e, em tudo o que foram os 8 anos de Pontificado do Papa alemão.
Em primeiro lugar, não se pode comparar dois papas. Sem dúvida que João Paulo II foi um papa carismático, lidava bem com as multidões, o papa das viagens. Eleito com 58 anos, teve um papado de 28 anos. Teve muito tempo para viajar, para se dar a conhecer ao mundo. Comunicador nato, comoveu católicos e outros. Mas não é possível uma comparação, cada pessoa é diferente. 
Quando foi eleito Ratzinger, o cardeal alemão de 78 anos, quando se apresentou na varanda do Vaticano disse: «os senhores cardeais elegeram a mim, um simples humilde trabalhador na vinha do Senhor. Consola-me o facto de que o Senhor sabe trabalhar e actuar com instrumentos insuficientes e, sobretudo, confio nas vossas orações». Foi assim, que Bento XVI se apresentou à Igreja Universal. Simples e humilde, características que sempre pudemos ver. Sábio, inteligente, teólogo por excelência, estudioso por opção, um ser humano excepcional, atento aos que sofrem, cativou jovens e e menos jovens, as multidões esperavam-no sempre. Trouxe muito á Igreja. Ensinou-nos muito. Chamou à atenção pelo carisma, pela palavra, pelo amor que demonstrava viver. Abordou todos os escândalos, esclareceu, pediu desculpa. 
Se fosse verdade o que me afirmou o meu amigo e alguns que são da mesma opinião, que Bento XVI vivia agarrado ao poder, que queria sair pela porta grande, que queria protagonismo não tinha feito um ato tão nobre, tão humilde. Se queria protagonismo não tinha deixado para o seu sucessor o encerramento do Ano da Fé, as Jornadas Mundiais da Juventude no Rio de Janeiro em que se são esperados 90 mil jovens. 
Bento XVI deixa o cadeira de São Pedro,  porque sente que chegou « à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idóneas para exercer adequadamente o ministério petrino». Parte para se recolher e rezar. Sai como entrou. «Simples trabalhador da vinha do Senhor». Um homem simples, que nunca ansiou ser o que é.




terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O pecado espreita

Durante o dia de hoje tive a noção que o "demónio" está constantemente a tentar-me como fez com Jesus como escutámos no Evangelho do passado Domingo. Eu já sabia que era constantemente tentado e, por muitas vezes, acabo mesmo por ceder. Mas hoje, talvez por estarmos na Quaresma, estou mais atento ao que faço, ou ao que penso. Sim, também é no pensamento que ele actua. Mas não só. Também na falta de oração. Muitas são as coisas que me afastam da oração. Preguiça, distracção,  cansaço, falta de vontade são exemplos do que me afasta da oração. Tento ser forte, mas não o suficiente. Deixo-me vencer por tudo isto. E o resultado é o afastamento de Jesus.
O pecado espreita
Hoje, senti-me tentado em tantas coisas, numas fui forte, noutras nem tanto. Mas deu para ter a noção que o pecado espreita em todas as esquinas da vida. Consegui reflectir o quanto é difícil ser cristão  as dificuldades que acarreta querer ser discípulo de Jesus, a dificuldade de vencer as barreiras e as tentações que o "diabo" coloca na minha vida. Agora que estou mais atento, sei onde estou mais frágil, sei onde preciso que o Senhor me ajude. Sei onde me deixo levar, onde tropeço e caio nas redes do mal. 
Quero dizer que hoje consegui, foi difícil, mas superei com a ajuda de Jesus Cristo. Mas tenho que continuar a caminhar, não desistir. Tenho que continuar a lutar. Tenho que vencer tudo o que me rodeia que me afasta da oração,e, por consequência, da presença daquele que se entregou por nós. As tentações estão em cada dia, em cada hora, o mal espreita-nos e quer derrubar-nos como outrora também tentou com Jesus no deserto. Senhor que o Teu Santo espírito venha sobre mim e não me deixe cair na tentação e no pecado.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O verdadeiro Jejum

O verdadeiro Jejum: Estar próximo dos Outros
Enquanto passava os olhos  pela liturgia desta Sexta-Feira deparei-me com  uma leitura do Livro de Isaías que não tinha escutado e que me deixou estarrecido. Lá estava grande parte da minha vida, do meu quotidiano, das  minhas vivências. O profeta cita «o Senhor Deus» que disse «faz ver ao meu povo as suas faltas e à casa de Jacob os seus pecados». Lembra-te dos teus pecados, das tuas faltas que de Mim te afastam e não te deixam viver plenamente, pensava eu no meu íntimo. 
De seguida é que aparece o que me saltou logo à vista: «Todos os dias Me procuram e desejam conhecer os meus caminhos (...) querem que Deus esteja perto de si e exclamam: ‘De que nos serve jejuar, se não Vos importais com isso? De que nos serve fazer penitência, se não prestais atenção?’» (Is 58,2). É tudo o que eu penso tantos dias, tantas horas. Naqueles minutos em que tudo parece não ter sentido, em que não encontro a Luz, em que a fé esmorece. Mas logo de seguida o Senhor Deus responde: «Porque nos dias de jejum correis para os vossos negócios e oprimis todos os vossos servos. Jejuais, sim, mas no meio de contendas e discussões e dando punhadas sem piedade. Não são jejuns como os que fazeis agora que farão ouvir no alto a vossa voz. Será este o jejum que Me agrada no dia em que o homem se mortifica?»(Is 58,3). Mais uma verdade que eu vejo na minha vida, tanta vez que eu apenas me preocupo comigo, sou totalmente egoísta  coloco-me à frente dos outros acabando por os oprimir. Tantas vezes que eu sou tão pecador. E como disse no texto anterior, infelizmente os jejuns e abstinências quaresmais passam na minha vida tanta vez como mera tradição, o verdadeiro sentido não vai para além de uma posta de peixe. Estes não são os jejuns e penitências que agradam ao Senhor. 
«O jejum que Me agrada não será antes este: quebrar as cadeias injustas, desatar os laços da servidão, pôr em liberdade os oprimidos, destruir todos os jugos, (...) repartir o teu pão com o faminto, dar pousada aos pobres sem abrigo, levar roupa aos que não têm que vestir e não voltar as costas ao teu semelhante? (...) (Is 58, 6) Aqui a mensagem é bem explícita. O que agrada ao Senhor é a missão de cada cristão. Estar junto dos que sofrem, desprender-me de mim e dar-me aos outros, Amar verdadeiramente cada um daqueles que me rodeiam, dar uma palavra de esperança, ajudar os que mais precisam, deixar o meu egocentrismo e entregar-me a Deus e a cada irmão. Este é o jejum, a penitência que o Senhor quer que eu faça. E, se conseguir fazer isto ao chamar «o Senhor responderá; se O invocar, dir-te-á: ‘Estou aqui’» (Is 58, 10). É um caminho difícil, mas Deus não me pede que seja perfeito, pede-me que sirva como souber. Que durante esta Quaresma tenha a capacidade de perceber o verdadeiro sentido de jejuar, da penitência que o Senhor quer que eu faça. Através da oração irei conseguir superar o afastamento, a falta de fé que por vezes surge na minha vida. Ajuda-me Senhor a caminhar neste tempo para o Teu encontro. 

Deixo aqui a passagem para poderdes consultar na íntegra: Is 58, 1-10

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

E chegou a Quaresma

Quando estava na Missa de Cinzas passei o meu dia em revista,e, o pensamento que me assaltou foi: "Viveste este dia igual a tantos outros". Na verdade foi. Apenas nas duas refeições comi peixe. Mas que vale este jejum? Em primeiro lugar a carne até é mais barata que o peixe e tu até gostas mais de peixe. Sacrifício? Não. Nada disso. O teu estômago gosta mais e a saúde agradece. Mas adiante. Do que vale fazer jejum que até não é se continuas na mesma?Afinal porque jejuas? Se o fazes e nem te lembras de oferecer o sacrifício (que não o é) a Deus? Começo a ter certezas que afinal tudo não passa de tradicionalismos... Porque o que realmente importa continua igual: pouca oração, nada de exemplos de verdadeiro cristão, o pecado é constante..."começas-te bem este tempo" concluí eu.
Na fila para a imposição das cinzas pensei: "Não te esqueças do compromisso, dá lugar ao Homem novo, deixa que ele viva em ti, enterra o antigo, e tem força para que consigas vencer as barreiras do pecado". Que grande compromisso. Difícil? Sem dúvida. Mas se não for eu a fazer, ninguém o fará. Não estou sozinho, Ele irá caminhar ao meu, mas não fazer o que me compete. Isso só eu o poderei realizar. Mas para poder ser verdadeiramente feliz terei que deixar que "Cristo viva em mim". Que o homem nono habite no meu coração.
«Lembra-te que és pó e ao pó voltarás», apesar de ser o "slogan" de todas as quaresmas, em cada ano tem um significado diferente. Sem dúvida que me remete para a minha pequena, para a minha insignificância. Que eu nunca me esqueça disso. Não me posso querer pôr á frente dos outros, muito menos à frente do Salvador. Afinal, nada sou se não apenas um «grão de areia numa praia maior».
Oração, Penitência/ reconciliação e caridade são termos indispensáveis no tempo quaresmal. Que eu consiga ser um verdadeiro cristão, ainda que pecador, que consiga chegar a Deus. 

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Preparação da Quaresma

Sem dar conta já estamos de novo na Quaresma. De alguns dias para cá que tenho andado a pensar no tempo que se inicia amanhã. Penitências, jejuns, abstinências, renúncias, orações...São todos os meus planos. Planos estes que irei tentar cumprir. Certo é que todos os anos estas palavras entram comigo na Igreja em Quarta-Feira de Cinzas. Este ano não vai ser diferente. Vou esforçar-me para viver plenamente o tempo quaresmal. Mas o grande obetivo da Quaresma será o encontro com Jesus. O ano passado vivi e senti realmente o que é a Quaresma, o que me ajudou a viver e a entender a ressurreição. Espero que este ano se passo o mesmo, aliás, que seja melhor. Espero que seja um verdadeiro tempo de deserto, de reconciliação, de oração, de encontro com Jesus. Quero conseguir viver plenamente este tempo. Quero que este tempo se transforme em bagagem para o resto do ano e para toda a minha vida.
A propósito do que escrevi e pensei, lembrei-me que hoje quando escutava o Evangelho revi-me no que Jesus disse:  «Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. É vão o culto que Me prestam, e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos’».(Mc 7, 6-7).
Ajuda-me Senhor a viver este tempo, que deixe nascer o homem novo.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

11 de Fevereiro: Um dia para a história

Um dia como tantos outros, mas mal ou bem, tem alguns pontos importantes que hoje me fizeram pensar. O dia 11 de Fevereiro é dedicado à memória de Nossa Senhora de Lurdes. Em 1858 a Virgem Santa Maria apareceu a Bernardette numa gruta perto de Lourdes em França. Por intermédio desta humilde menina, Maria chamou os pecadores à conversão e despertou na Igreja um intenso movimento de oração e caridade, sobretudo em benefício dos doentes e dos pobres. Actualmente está construído um imponente Santuário que é visitado por milhares de cristãos. Também este dia é dedicado mundialmente ao Doente. Instituído por João Paulo II em 1992 este dia deve ser «um momento forte de oração, de partilha, de oferta do sofrimento pelo bem da Igreja e de apelo dirigido a todos para reconhecerem na face do irmão enfermo a Santa Face de Cristo que, sofrendo, morrendo e ressuscitando, operou a salvação da humanidade» afirmava o Papa.
Já em 2007 este dia ficou marcado em Portugal pelas piores razões. Foi a partir deste dia que despenalizou o aborto. A partir deste dia já foram mortos muitos bebés, muitas vidas que os pais decidiram ceifar enquanto ainda eram geradas no ventre materno. Segundo o catecismo da Igreja Católica «A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecidos os seus direitos de pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo ser inocente à vida». Desde 2007 que a vida não tem sido tratada como merece. As Mães não defendem os filhos que geraram e matam-nos. Devemos promover a vida, o direito á vida, cuidar do melhor dom que Deus nos deu.
Hoje voltou-se a fazer história neste dia. O Santo Padre anunciou que irá renunciar no próximo dia 28 de Fevereiro. Este anúncio significa que em Março teremos um novo Pastor Universal. O mundo recebeu este anúncio com grande admiração. Também eu não fugi à regra. A notícia da resignação de Bento XVI deixou-me boquiaberto, não estava mesmo à espera. Apelidado por muitos como o sumo pontífice da rutura, Joseph Ratzinger voltou a fazer história. Apesar do choque acho que é uma atitude que só revela a humildade, a serenidade, a intelectualidade, a sabedoria do Bispo de Roma. Sentiu que não tinha capacidades físicas para continuar a governar a Igreja Universal. Um pontificado curto mas com um legado muito importante para os cristãos. 
Um dia cheio, com coisas boas e más, mas sempre com a presença do Senhor. o dia 11 de Fevereiro já está na história. 

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Promessas a Nosso Senhor

Esta noite enquanto andava às voltas na cama esperando que o sono aparecesse deparei-me com diversos pensamentos, um deles foi as promessas que fazemos a Nosso Senhor. Porque precisamos de dinheiro, pedimos e prometemos. Porque precisamos de conseguir um trabalho pedimos e prometemos. Porque estamos numa situação complicada, já nos lembramos Dele, e lá pedimos e prometemos.
Promessas de tudo o tipo fazem parte da nossa lista. Terços, jejuns, dinheiro, caminhadas, levar andores...Tudo. Tudo serve para fazermos um troca com Jesus. Não estou a dizer que é errado...Também já o fiz, mas para nós, os cristãos deste tempo tudo é pretexto para uma promessa. E, esquece-me-nos que Ele conhece cada um de nós, o nosso interior, sabe tudo o que precisamos.
Durante meses arrastou-se na minha vida uma situação que não estava a conseguir resolver. Os que me rodeavam diziam: "mas porque não fazes uma promessa a Nossa Senhora?". Mas porquê incomodar Nosso Senhor e Maria com promessas, quando eles têm solicitações mais importantes? No meu pensamento, corria e corre o seguinte: Não preciso de promessas, se a minha relação com Ele for baseada na oração, na conversa íntima com Jesus, Ele sabe bem o que preciso e quando deve actuar.